A Nível de Myself

quinta-feira, dezembro 9

O incrível caso dos neurônios que dormiram antes do seu dono

A primeira coisa que deve ficar devidamente clara: eu tinha que acordar às 6:30 da manhã hoje.
A segunda coisa: eu sabia disso.
E a terceira: isso não impediu o meu impulso de ficar na Internet até as 4:00 vendo bobagem no Orkut e falando no MSN.
Mas isso também não é motivo pra ter acontecido o que aconteceu.

Ok, desligo meu computador, bate aquela inevitável e conhecida sensação de que a essa hora eu já deveria estar "no terceiro sono" e eu vou, às escuras (porque já tenho todo o instinto necessário para chegar até lá no mais absoluto escuro), para o meu quarto.

Mão na maçaneta, nariz na porta. Literalmente.

Logo depois de eu ter dado com a cara na porta (de verdade!), eu ainda demorei uns quantos segundos para me dar conta do óbvio. A porta estava trancada. O meu querido irmão havia trancado a porta sem motivo aparente e ele estava dormindo (como uma pedra, diga-se de passagem!) lá dentro. Depois que ele acordou foi que eu averiguei com certeza: ele não tinha motivo nenhum mesmo.

Agora percebam a minha situação: o meu quarto (que também é dele) fica do lado do quarto dos meus pais. Já foi uma bênção divina os meus pais não terem acordado com a barulho causado pelo impacto frontal do meu crânio contra a porta de madeira. Continuar chamando meu irmão e dando chutes e batendo na porta para acordar ele não parecia uma boa idéia, sabendo-se que, se me pegassem em pé às quatro da manhã "ia dar pau" aqui em casa.

A decisão óbvia: O sofá não deve ser assim tão desconfortável.

Dali a dez minutos eu já estava acomodado no sofá da sala, com a roupa do corpo (que por sinal eu não queria amassar, mas era o que tinha) e reclamado da vida como um idoso de 85 anos numa fila do INPS ou algo que o valha. "Bem que esse sofá poderia ter vindo sem esses frisos que ficam machucando as minhas costas", "Bem que poderia ter um ventilador de teto aqui na sala", "Bem que meu irmão podia ser menos bocaberta", "Bem que poderia ter uma cama extra aqui em casa..."

Peraí... Uma cama extra?

Foi aí que eu fui tomado pelo sentimento mais estranho que eu já senti: a burrice auto-presenciada. "Caralho, meu, TEM uma cama de hóspedes nessa casa, O QUE DIABOS EU TO FAZENDO HÁ VINTE MINUTOS NESSE SOFÁ?"

Subi e fui dormir, com o resto da dignidade que ainda havia sobrado dentro de mim.
(Mas fiquei rindo disso por um tempão, exatamente que nem tu tá agora.)