A Nível de Myself

terça-feira, março 21

Eu fui à Europa

A gente sabe que a nossa vida deixou de ser um marasmo total quando acontece alguma coisa na sexta-feira e você só consegue sentar pra escrever sobre aquilo na terça. Mas atrasos à parte, o que aconteceu é que sexta-feira eu fui fazer uma visita à Editora Europa, o lugar onde são feitas revistas como a tradicionalíssima Revista do CD-ROM e algumas novatas como a GameMaster e a TV em Série.

Eu devo dizer que andei bastante e tive que pegar um ônibus irritantemente lotado pra chegar até lá, mas foram coisas que valeram a pena. Eu vi que tinha valido a pena assim que eu entrei na recepção. O clima lá é super profissional. O lugar te passa a sensação clara de que ali trabalham pessoas que sabem o que estão fazendo, entende? Assim que cheguei fui prontamente atendido com sorrisos, e ao perguntar a localização exata no tempo-espaço da redação da revista GameMaster, uma das recepcionistas prontamente levantou e me levou até lá (o que foi bom, já que o lugar é enorme).

Chegando na recepção, duas primeiras impressões: "CARALHO, QUE TELEVISÃO ANIMAL!!!" e "O pessoal aqui é simpático pra caramba."

A primeira foi causada basicamente pela mega-fuckin-awesomely-big-grande-enorme HDTV de 42" da Samsung que estava lá, em uma mesa, com um Xbox 360 do lado. É claro que eu não perdi a oportunidade de dar uma jogada nela, mas eu ainda vou chegar nessa parte.

A segunda é auto-explicativa. Quando eu cheguei na redação, fui cumprimentado por todos que passavam, e sempre com sorrisos e interesse. Eu realmente não me senti atrapalhando. Quase pareceu que eles etavam me esperando ansiosamente, foi ótimo.

Conversei bastante com três pessoas, em momentos diferentes. Nelson (Alves Jr., ou tô viajando?) é o cara que eu pensei que fosse o editor da GameMaster. Depois eu descobri que não. E depois disso eu descobri que tanto faz quem é o editor, já que todo mundo trabalha em equipe, logo essas distinções não se fazem tão necessárias. Mas o Nelsão é um cara muito legal, que conversou bastante comigo sobre como eles fazem a revista, sobre os rumos e as origens dela, sobre Viva Piñata, sobre um monte de coisas que não vou lembrar aqui mas lembro que foram boas de conversar. A mesa dele estava abarrotada de papéis, revistas e trecos diversos, enquanto que a parede ao lado dele estava a ponto de tombar, dada a quantidade de notas afixadas com alfinete na parede. É realmente um lugar no qual eu me sinto em casa. E ele também tem um dom supremo, difícil de se alcançar, de conversar com as pessoas enquanto faz outras coisas. Deve ser coisa de jornalista, isso! Enfim, nota-se que o cara manja do que faz. Valeu, Nelsão!

Eduardo Trivella, o popular "Trivas direção-ofensiva", eu já conhecia de outros carnavais. O cara é super divertido de se conversar, além de ter muito pra ensinar. Ele está no ramo há tanto tempo que praticamente dá pra se dizer que ele ajudou a "inventar" o mercado editorial de games no Brasil. Ele me mostrou também o remake do MegaMan X pro PSP, e é um dos melhores jogos de PSP que eu já joguei (na verdade, um dos poucos bons). Quando eu já tava indo embora, a gente teve uma chance de conversar bastante, e foi uma puta duma conversa boa e esclarecedora. O que eu tenho a dizer é um grande obrigado! É sempre bom estar por perto de gente como o Trivas.

Na hora de ir embora, quando eu tava implorando por informações acerca de como chegar ao metrô mais próximo, ouvi alguém perguntar "Tá indo pra onde?". Aí eu respondi que o meu objetivo era qualquer estação de metrô, e o cara disse: "Ah, então entra aí que eu te levo até Ana Rosa!" Dali a alguns minutos eu estava pegando carona tendo uma aula grátis do curso de História dos Games com Leandro Calçada. O cara me explicou desde o surgimento e quebra do mercado de games americano, na época que o Atari dominava, até as relações familiares da família Yamauchi, passando pela história antiga de Shigeru Miyamoto. Conversamos e especulamos sobre a próxima geração de consoles e o que ela pode ser e pode não ser, conversamos sobre a Nintendo, a Sony e a Microsoft e seus modelos de negócios. São caras como esse que tiram dos games todo aquele estigma de "assunto de criança", de que são só diversão. Games são um assunto tão interessante, complexo, importante e cheio de variáveis quanto qualquer outro, incluindo psicologia animal, geopolítica, física quântica e política tributária. Enfim, eu acho que nunca aprendi tanto em uma viagem de carro. É, provavelmente não.

Registro aqui um muito obrigado do fundo do coração a esses três caras (e à moça da recepção que me mostrou o caminho). Valeu!

Agora, ao que interessa: a TVzona! Putaquepariu, é outra coisa jogar num treco daqueles. Ainda mais jogar um jogo que foi FEITO tendo uma TV de alta definição em mente. Eu sei que está bastante fora do acesso à maioria dos brasileiros, mas se você um dia, por acaso, tiver a oportunidade de jogar Fight Night Round 3 (Xbox 360) em uma HDTV, não espere: faça isso! Os gráficos chegaram a um realismo tão foda que os caras simplesmente aboliram qualquer tipo de barra de energia pra mostrar como anda o estado do seu personagem. Pra quê esses detalhes, se você pode ver NA CARA do lutador o quanto ele apanhou? Depois de alguns socos você vai notar que o rosto do seu lutador está todo deformado, inchado e com cortes, exatamente como o de um lutador real estaria. É impressionante. Muito impressionante.

É mesmo.

sexta-feira, março 17

Preparem-se para Viva Piñata

Senhoras e senhores, parem de se mover e prestem atenção. Você não percebem o ar vibrando de uma maneira diferente? Se não percebe, deveria. Porque agora o mundo foi apresentado a Viva Piñata:



Estamos diante do que pode ser uma revolução no mundo dos videogames. Isso que você acabou de ver (caso não tenha dado uma de preguiçoso e tenha clicando no play ali em cima) é um vídeo promocional de um jogo de videogame. Um vídeo promocional. Até hoje os jogos tinham trailers, que se limitavam a mostrar algumas cenas do jogo, montadas de forma a parecer que o jogo tem mais ação, mais aventura e gráficos mais chapantes do que qualquer outro jogo. Mas este não. Este é diferente. Este tem vídeo promocional. Igual a algum programa de TV, ou empresa, ou algum trailer de filme blockbuster da Disney/Pixar.

Viva Piñata é o novo projeto da RARE (famosa por seus maravilhosos jogos lançados para o Super Nintendo e o Nintendo 64 no auge de suas vidas, e que agora pertence à Microsoft) para o Xbox 360, que vinha sendo guardado a sete chaves pelo alto escalão da empresa até alguns dias atrás.

Agora sabemos que trata-se de um jogo onde você tem um jardim e deve cuidar dele e personalizá-lo da maneira que bem entender, cuidando das plantas, do ambiente em geral, e fazendo com ele seja cada vez mais bonito e próspero. O objetivo disso é atrair as “Piñatas” (que são os “personagens” do jogo) para o seu jardim, até que você tenha conseguido arranjar todas elas. Particularmente, eu não achei nada original, ainda mais em uma época em que Animal Crossing está a todo vapor no Nintendo DS, com seu conceito de “eu tenho um lugarzinho e devo fazer ele ficar com a minha cara”, e com o gênero “jogo de colecionar coisas” já bem estabelecido pelos Pokémon e todos os seus clones.

O que chama a atenção nesse jogo são os planos das empresas responsáveis por ele. Fazer um jogo de sucesso parece não ser suficiente para o pessoal por trás dos negócios. Os direitos de uso da marca Viva Piñata já estão assegurados pela Microsoft para uma variedade de produtos, desde xampus até cartas colecionáveis. Há fortes rumores de um desenho animado ou série de animação para TV que poderia estrear junto com o game, passando no canal FOX. E isso é só o pouco que já sabemos.

Ou seja, senhoras e senhores. Estamos diante de um plano de dominação mundial das mentes das crianças. Algo como Pokémon foi no seu tempo. Mas, acima de tudo, estamos diante do que pode ser o jogo de videogame que vai dar o pontapé inicial em algo que poderá se tornar o padrão: jogos que não se limitam ao seu controle.

Para ver uma versão maior (e mais divertida) do vídeo que está aí em cima, clique aqui.

segunda-feira, março 13

Aprender e Ensinar

- Mas, Sensei, quer dizer então que o Sr. não vai mais me ensinar?

- Não, pequeno aprendiz... A partir de agora, descubra com sua própria sabedoria, ande com as suas próprias pernas, aprenda com seus próprios erros.

- Sensei, quero então dizer-lhe que sem os seus ensinamentos eu seria uma pessoa completamente diferente. Obrigado por tudo. E eu vou honrar o título de seu aprendiz.

- Ora, pequeno aprendiz, não diga estas coisas. Pra começo de conversa, eu não morri. Continuarei te dando conselhos. E a gente pode até montar uma banda, qualquer hora dessas!

Não foi exatamente assim que aconteceu nem foram essas exatamente as palavras ditas, mas o Sensei existe e eu fico grato e me considero um cara de muita sorte por ser o seu pequeno aprendiz.

Valeu, "Sensei"!

* * *

Eu falei que o esse próximo post ia ser sobre rock, né? Bom, ele também é. Não do jeito que eu esperava, nem do jeito que vocês esperavam (se é que ainda esperavam), mas ainda assim é sobre rock. É sobre como fazer rock de verdade, do jeito que eu gosto.


Falem o que quiser; que eu sou novo, que quando eu "crescer" eu não vou gostar mais disso, que é coisa de moleque, que tá na moda... Podem falar o que quiser. Mas eu me arrepiei FEIO assistindo a esse vídeo. Arrepiei big time mesmo. De verdade. Nem sei explicar. E não era o tipo de arrepio que parece que eu não teria daqui a dez anos.

Só espero que eu não tenha que esperar mais dez anos.