A Nível de Myself

sexta-feira, julho 29

My Name is Jonas

Não, não, esse post não tem nada a ver com Weezer. É que eu comecei a jogar uma espécie de RPG por email, baseado na história do seriado LOST. Pelo que eu entendi, o objetivo do jogo é basicamente contar uma grande história, sendo que cada "jogador" conta a história do seu próprio personagem, criado por ele mesmo. Vai ser legal, porque eu adoro esse seriado e porque eu adoro escrever. Jogando, eu vou acabar exercitando a minha escrita de ficção.
E essa é a primeira parte da história de Jonas, o meu personagem.

Cara, é incrível como algumas pessoas conseguem se concentrar em muitas coisas ao mesmo tempo, em tudo ao seu redor, mas esquecem completamente do quê diabos estão fazendo. Jonas era, de certo modo, uma dessas pessoas. Aliás, "de derto modo", nada. De modo certo!

Arrumou as malas, ainda no quarto de hotel, olhou para o relógio e concluiu que estava milagrosamente adiantado. "O que umas boas férias na Austrália não fazem com a pontualidade de um homem, hein?", pensou consigo mesmo, enquanto dava uma última olhada em Sidney. "Cidade legal, essa...", pensou. E, com um súbito sorriso de empolgação no rosto, concluiu: "Mas a diversão está apenas começando! I'm going to LA!" Então aproveitou que estava completamente solitário no quarto para fazer a dancinha de comemoração mais ridícula que ele fosse capaz. Foi bem no momento em que ele fazia o passo mais inacreditavelmente ridículo que ele olhou para a porta do quarto e viu um empregado do hotel, com a mão ainda na maçaneta da porta, como que tivesse acabado de abrir a porta (o que era precisamente verdadeiro). Olhava para ele com uma cara que Jonas na hora não conseguiu distinguir entre (a) de total espanto e embaraço ou (b) fazendo uma tremenda força para não rir. "Er... O táxi que o senhor chamou acabou de chegar, senhor." Jonas se recompôs, fez de conta que a dancinha ridícula era algo completamente normal e saiu do quarto. "Er... Sua mala, senhor." Jonas voltou, pegou a mala e saiu do quarto. Tentando manter o máximo de dignidade possível durante o processo, é claro.

Durante a viagem de táxi até o aeroporto, pensou em como seria Los Angeles, pensou em como seria cobrir pela primeira vez o maior evento de games do planeta, pensou em quantas mulheres lindas e seminuas estariam nos estandes... aí pensou na sua namorada e resolveu não pensar mais nas mulheres seminuas nos estandes. Quando o táxi parou ele estava pensando na sua namorada seminua em um dos estandes, porque achou que essa era uma boa solução para o problema. Saiu do táxi e teve seu pensamento interrompido por um assobio e a visão de um taxista com a mão estendida. Pagou e entrou no lobby do aeroporto.

Ainda custava a acreditar que não estava atrasado. Isso era uma coisa muito nova pra ele. Mas aproveitou o tempo extra que tinha para dar uma boa olhada na revistaria/livraria/banca de jornais do aeroporto. Olhou algumas revistas, depois alguns livros, alguns adesivos para carros, viu como os doces eram exatamente iguais aos do Brasil - porém com embalagens em inglês -, deu uma olhada nos isqueiros, nos jornais e no uniforme dos atendentes. E depois disso teve uma ótima idéia: iria dar uma olhada no seu relógio e ver que estava terrivelmente atrasado. Depois iria sair correndo (fazendo com que algumas pessoas pensassem que ele havia roubado alguma coisa, mas desistindo da idéia imediatamente após raciocinar que o alarme não havia soado quando ele passou pela porta), então iria parar no guichê, ofegante, fazer o check-in, correr até a plataforma de embarque, ofegar mais um pouco, mostrar o bilhete para a aeromoça que já estava quase desistindo de esperar por mais alguém, depois iria dar tudo de si para parar de ofegar e demonstrar naturalidade ao entrar na aeronave e atravessar as dezenove fileiras que o separavam de seu assento.

E foi exatamente o que ele fez.

Mas não sem reparar em um baixinho que parecia ser a pessoa mais envergonhada do mundo, sentado umas quatro ou cinco fileiras antes dele. "Ainda bem que eu não sou assim", pensou ele, como toda a sua modéstia se sentindo cada vez mais esquecida em um canto do cérebro.


E aí, gostaram?

quarta-feira, julho 27

Pode Pular Esse...

Faz tanto tempo que eu não escrevo só por escrever... Faz tanto tempo que eu não me abro com uma janela do Bloco de Notas enquanto ouço alguma música que esprema meus sentimentos como um espremedor de laranjas espreme o suco de uma... bem, de uma laranja, claro.

Faz tanto tempo, que eu já nem sei se eu ainda sei fazer isso. Mas, mais importante que isso, nos últimos tempo eu já não sei se eu ainda
quero fazer isso. Quando eu saí do meu lar, do lugar de onde eu vim, "where everybody knows my name", eu saí cheio de sonhos e esperanças e desejos de prosperidade. Eu sabia que não seria fácil, mas julgava ser ao menos possível. Agora eu vejo que não há nada que eu possa fazer além de jogar a minha vida ao alto e esperar que alguém pegue. E, acreditem, eu já fiz isso umas boas centenas de vezes e até agora ninguém pegou. Ninguém pareceu nem ao menos ver que havia uma vida ali, ao invés de um simples papel com algumas informações a meu respeito.

Eu gostaria muito de saber o que pensa um empregador, um cara que anda de carro do ano (zero quilômetro, claro), quando pega um currículo na mão. Mais especificamente, quando pega o meu currículo.

Será que ele simplesmente joga o meu currículo longe só porque eu moro relativamente longe da empresa dele? Será que ele pensa que eu não consigo pegar um ônibus a mais, acordar mais cedo ou sair mais tarde? Será que ele pensa que eu não sou bom o suficiente? Será que é possível que, quando ele vê no meu currículo que atualmente eu não estou estudando, ele pense "ih, esse aí é vagabundo preguiçoso" antes de pensar "pô, o cara tá precisando trabalhar pra pagar os estudos..."? Será que o meu cabelo abaixo dos ombros me torna menos qualificado para ser simpático? Será que... Ufa, eu estou cansado. Cansado, sim, desanimado, sim, me sentindo como um peixe no meio do maior oceano da Terra só esperando para ser pescado por alguém em um barco que não parece estar nem perto, sim. Mas eu sou brasileiro, e não desisto nunca.


Ou melhor. Eu não desisto nunca, e isso não tem nada a ver com o fato de eu ser brasileiro.

terça-feira, julho 26

30 Minutos a Salvo

Faz tempo que a MTV Brasil vem oferecendo um serviço cada vez de menor qualidade aos seus telespectadores amantes da boa música. O último recanto daqueles que não ligam a TV pra ouvir o que passa no rádio foi o Lado B, extinto da grade de programação há uns bons anos.

Uma emissora que outrora contava com programação de qualidade, como o Clássicos MTV e o Gás Total, além de programas inteligentes como o Teleguiado MTV, hoje conta com ofensas à inteligência e provocações à capacidade de mudar de canal, como o Covernation, o Balela, o Beija Sapo e o pior de todos os programas ruins de toda atual MTV, aquele que nem mesmo na Rede TV! seria considerado coisa boa, aquele supremo senhor do entretenimento fútil, inútil e cabeça-vazia: o Missão MTV.


Mas não é disso que eu quero falar, apesar de eu sempre me empolgar com o assunto.

O ponto é que, pelo menos por meia hora, a sua televisão (e os seus olhos e ouvidos) estão à salvo da programação sem inspiração da emissora. Das 00:30 à 01:00 a qualidade musical está garantida com Sobe Som, o programa que me faz ir dormir tarde quase todo dia.

É uma espécie de "Top 23" (como se já não existissem "Tops" o bastante na programação), em que a cada semana, de segunda a quinta, um VJ da casa é convidado para fazer uma listinha com 23 clipes que a pessoa julga serem de fina classe e de pouca exibição na grade normal do canal. E, acredite, os caras manjam.

Semana passada, quando a Penélope-eu-tenho-muito-peito-Nova fazia a sua contagem rumo ao melhor clipe, eu cheguei a ver, no mesmo programa e no mesmo bloco, um clipe do Jimmy Eat World, um do Teenage Fanclub e logo depois um do David Bowie. Definitivamente, foi algo a ser comemorado.

É claro que a qualidade da coisa depende muito do VJ que está no comando. Se você, como eu, é "do rock", nem tente se aproximar da TV se quem estiver apresentando for o Thaíde, por exemplo. O programa de ontem foi apresentado pela Sarah, que sempre faz uma seleção oscilante entre rock mais calmo e fofo (ontem rolou "Água", do Pato Fu, e "Missing", do Everything But The Girl, além de "Never There", do Cake) e o MPB moderno (ontem teve Max de Castro, mas sempre rola um Otto, Seu Jorge, essas coisas).

Enfim, dê um chance e assista. Mas sem preconceitos. Se aparecer um clipe que você não conhece, de uma banda que nunca ouviu falar, preste atenção. Eu já tive ótimas experiências fazendo isso. Grahan Coxon, por exemplo. Além do mais, serve para você sacar qual o VJ tem o seu estilo musical. Foi assistindo ao Sobe Som que eu descobri, por exemplo, que o Marcos Mión só está na emissora porque é engraçado (o gosto musical dele é nulo) e que o Rafa só não saiu porque tem um gosto e um conhecimento além do que parece. Porque pra apresentar...

segunda-feira, julho 11

Sonho

Hoje eu tive um sonho muito estranho. Sonhei que eu estava dormindo em um beliche, na parte de cima. A Érika estava comigo, e aquilo parecia uma pousada ou um albergue. Aí a mãe dela entra no quarto com uma bíblia aberta nas mãos e começa a falar sobre uma passagem que diz a respeito de como a nossa caligrafia sai feia na maioria das vezes e sobre como isso é normal. Quando ela chega perto, ela estende a bíblia pra mim e me manda ler em voz alta um trecho. Começo a ler. Enquanto vou lendo, o mundo todo ao meu redor vai se transformando, sem que eu perceba. De uma hora para outra eu não estou mais naquela cama com a Érika e com a mãe dela ao nosso lado, mas sim estou na rua, em pé, e está chovendo um pouco. De uma hora para outra eu já não estou mais lendo a bíblia, mas sim a letra de "Best of You", do Foo Fighters. E quando eu me dou conta que tudo mudou ao meu redor, eu começo a me empolgar e cantar a pleno pulmão a música que antes eu só lia a letra como alguém que estivesse lendo uma passagem da bíblia. Só que bem na hora que eu estou no auge do refrão e as pessoas estão começando a olhar pra mim com cara de "ei, ele sabe mesmo cantar", o telefone toca e eu acordo.

É a Érika. E ela me fala, quase chorando, que está confirmado: o Weezer vai vir tocar no Brasil.

E agora eu estou esperando acordar de novo. Afinal, sonhar que se está sonhando é bastante comum, não é?

domingo, julho 10

Só Pra Constar

Eu estou feliz. E sem motivo.

sexta-feira, julho 1

Madagascar

Ontem eu fui ver Madagascar. Eu tinha muita expectativa sobre esse filme, sabe, então eu acho que essa pequena decepção que eu senti quando saí do cinema já deveria ser de ser se esperar.

Não estou dizendo que o filme é ruim, até porque ele não é. Mas vou dar alguns conselhos para um melhor aproveitamento dele.
  1. Não tenha preconceitos contra leões bípedes.
  2. Não tenha preconceito quanto a voz da Heloísa "Thati" Perissé. (Ou procure um cinema que esteja passando a versão legendada.)
  3. Não espere um filme melhor do que Era do Gelo, Shrek ou Os Incríveis.
Ok, esses são alguns. Mas o conselho principal é: nunca, em hipótese alguma, de jeito nenhum, assista ao trailer de "Chiken Little" (O Franguinho) antes do filme. Dê um jeito de chegar atrasado, leve um walkman e ouça no último volume de olhos fechados enquanto estiver passando, mas por favor não o assista.

Isso pode não acontecer com todo mundo, mas eu, pelo menos, dei cinco vezes mais risada com o trailer do que na parte do filme em que eu ri mais.