A Nível de Myself

sábado, dezembro 31

Tempo

Como noite de virada de ano é esquisito, né? Parece que tudo que as pessoas deixaram de fazer durante o ano todo se acumula: compras, comidas, jantares, convites, telefonemas... Tudo tem que ser feito hoje. Afinal, se não for hoje, é só ano que vem.

Hoje o dia vai ter um segundo a mais, sabia? O último minuto de 2005 não vai ter 60 segundos, como normalmente teria. Vai ter 61. É um lance sobre a Terra estar girando mais rápido ou mais devagar, sei lá. Só sei que os homens têm que se render aos caprichos da grande bola de terra na qual fixaram residência e correr atrás do tempo perdido (ou ganho).

De qualquer modo, meu último desejo desse ano é, sem dúvida, que dê tempo pra tudo. Nem que seja no último segundo.

sábado, dezembro 24

Puta Que Pariu

Você provavelmente já foi a parques de diversões, não é? Andar de montanha-russa, ficar de cabeça pra baixo naquele outro brinquedo lá, despencar de 700 andares de altura com aqueles elevadores... Tudo isso pra quê? Pra sentir um pouco de frio na barriga. Adrenalina, emoção, tensão, perigo. Não é isso que as pessoas querem? Se realmente for, eu acabei de inventar um modo de ficar rico muito rápido: forjar assaltos à mão armada em domicílio. Porque, puta merda, isso é que é sentir medo.

Sim, amiguinho(a), isso aconteceu comigo hoje. Dois ladrões entraram na casa e renderam toda a família no quarto da Érika e da irmã dela. Um ficou "cuidando" da gente, enquanto o outro fazia a limpa. O pessoal aqui tá traumatizado, e olha que nem foi tão ruim assim. Acabaram levando "só" uma TV, um ou dois aparelhos de DVD (um estava quebrado e o outro era daqueles baratinhos), dois celulares e um carro (mas está no seguro), além de uns pertences pessoais do Ricardo (irmão da Érika), que estavam dentro do carro. Na verdade isso foi o pior de tudo: o cara tava em vias de tirar documentação pra viajar em janeiro, e agora perdeu todos os documentos. É foda.

Mas os bandidos, ah, os bandidos não fizeram feio. Pena que eles não deixaram cartão de visita, senão recomendava pra eles irem assaltar vocês. Sério! Eles manjam muito de assalto. O primeiro deles foi lá me acordar (eles entraram às 6 da manhã) super delicadamente, sussurrando "Ow, fica calminho-aê e me segue que isso é um assalto. Mas pode ficar de boa, na calma." E eu, "Ah, então tá."

Quando eu cheguei no quarto da Éri todo mundo já estava devidamente sentadinho na beira da cama, com cara de assalto. Talvez porque fosse realmente um assalto, vai saber. Eu fui o último. Viu só como eles são gente boa? Me deixaram tirar um cochilo um pouco maior antes de ser assaltado. Fico comovido com tanta generosidade.

Enquanto o que me acordou saía pela casa procurando o quê roubar, o colega dele ficou lá com a gente, tranquilizando, falando que eles até então só haviam matado "duas vítima", mas que "nem foi por vontade, não, foi porque precisou". Ah, então tá... isso acalma bastante. Ficou conversando sobre como o governo é injusto, e que por isso é que eles precisavam roubar, porque a gente era mais afortunado do que eles "nunca ia conseguí sê". Comentou que queria aprender a tocar violão - com o violão da Érika, claro, que ele já estava se preparando pra ensacolar. Continuou, dizendo que ia levar uns bichinho de pelúcia pra favela, "pra dá pras menininha pobre", falou que não queria dar "revorvada" na gente... enfim. Um verdadeiro gentleman da favela.

Quis até levar o meu barbeador, o rapaz! Imagina, se eu perco aquela maquininha, ano que vem teremos um Papai Noel de 20 anos, com barba genuína.

No fim das contas nem conseguiu levar esses "pormenores", já que o parceiro dele (que provavelmente come o cu do infeliz, afinal, só isso explicaria tamanha obediência por parte do mesmo) não deixou ele passar a mão nos trecos.

- Ah, deixa....
- Não.
- Por favooooor...
- Não.
- Seu... seu... chato-bobo-feio!
- Não. E engole o choro.

Enfim... fui assaltado. Todo mundo já foi, né... eu já tava me sentindo excluído.

* * *

Ah, eu consegui um emprego também. Isso ia ser o tema desse post, mas eu gostei tanto dos manos que resolvi homenagear o trabalho deles antes.

No post que vem eu falo sobre o emprego.

segunda-feira, dezembro 19

A Última FM

Antes, era o Pangya. Antes dele, o Flash MX 2004. E, ainda antes, o Ragnarök - precedido por outras e outras coisas que sempre se ocupavam de me ocupar, ocupando todo o meu tempo desocupado. E como a fila tem que andar, eis a minha nova distração altamente distrativa:


:: Ah, se o meu quarto fosse assim...

Eu já era neurótico com as minhas mp3, sempre fui. Queria todas elas nas pastas certas, do jeito certo. Cada artista tinha a sua própria, e, dentro dela, cada álbum daquele artista tinha outra. Quando eu não tinha mp3's suficientes de um artista para completar um álbum eu as colocava em uma pasta especial chamada "Diversos", com um conveniente "#" na frente, de modo que essa pasta sempre apareça primeiro enquanto os arquivos estiverem organizados por ordem alfabética. Até o nome dos arquivos, quando eu estava especialmente neurótico (ou absolutamente sem nada pra fazer), eu arrumava seguindo um padrão: "Nome do Artista - Nome do Álbum - Número da Faixa - Nome da Música.mp3". Acredito que seja desnecessário dizer que as tags ID3v1 e ID3v2 também estavam sempre atualizadas e padronizadas. Muita gente ouve músice e nem sabe que raios é uma tag ID3, mas as minhas eu mantinha limpinhas e organizadinhas como meu quarto nunca foi. Não ter a primeira letra de cada palavra (exceto os artigos, claro) em letra maiúscula é pecado. Quantas vezes já saí pelo Google afora procurando o ano de lançamento de um determinado CD ou o número da faixa de uma determinada música só pra completar a informação? Quantas vezes já me atrasei para múltiplos compromissos porque estava digitando pacientemente todas as informações de um CD antes de convertê-lo para mp3? Um monte.

Agora, então, que essas mesmas tags vão para um site e são visualizadas por todo mundo, quem imagina o meu grau de perfeccionismo?

:: O que é, o que é?

O Last.fm, pra quem não conhece, é um site que coleta todas as informações sobre as músicas que você ouve e as publica. Você se cadastra e faz uma página pessoal (que nem no Orkut), com tudo que tem direito: foto, descrição, lista de amigos e tudo mais. Quando você ouve as suas músicas, é pra lá que o site manda as informações sobre o quê você andou ouvindo. Por exemplo, se você entrar agora na minha página, e eu estiver ouvindo música, você vai saber o quê eu estou ouvindo. Só isso já seria interessante, a longo prazo, já que você sempre poderia acessar e ver o que você ouvia há algumas semanas, meses ou anos atrás, além de contar com estatísticas como "Artista Mais Ouvido da Semana" ou "Álbum Mais Ouvido", incluindo o número de vezes que determinado artista/música/album foi tocado no seu player. De brinde, ainda poderia acessar a página dos seus amigos e bisbilhotar o que eles andam colocando pra dentro das orelhas. Sim, só isso já seria legal, mas não ligue ainda! Tem mais!

:: Boa Noite, Vizinhança

Seus amigos podem ser as pessoas mais queridas do mundo, mas sempre vai ter alguém que insiste em ouvir Charlie Brown Jr., né? Pois, se o site tem toda essa informação sobre o seu gosto musical armazenada lá, por que não usá-la para encontrar pessoas que têm o mesmo gosto musical que você? Assim que você você ouvir a um número de canções que seja suficiente para que o sistema determine aproximadamente o seu gosto musical, uma partezinha nova vai se abrir na sua página pessoal. São os seus "Neighbours" (Vizinhos, em inglês). Além de encontrar alguém pra puxar um papo sobre aquela banda do sul da Etiópia que você achava que era o único que conhecia, você ainda pode baixar um pequeno player do site (junk-ware free, pode ficar sossegado) que sintoniza umas rádios que tocam só o que essa galera escuta e você provavelmente ainda não conhece. Assim você pode conhecer uma pá de bandas que nunca tinha ouvido falar, mas que são ouvidas pelas pessoas que gostam das mesmas bandas que você. Mordomia pouca é bobagem.

:: Nunca ouvi, mas me falaram que é legal

OK, se os seus amigos podem ouvir Charlie Brown Jr., os seus vizinhos também podem, certo? Apesar de difícil, é possível. Pra isso o site também conta com uma parte chamada "Recommended". Ele também te entrega de bandeja uma listona de bandas que você possivelmente vai gostar (e uma rádio personalizada baseada nela). Como a lista é grandona, você vai entrar lá e vai dar uma olhada se o site não cometeu um "pequeno engano", te recomendando Linkin Park só porque você não ouve e ele obviamente conclue que você não conhece. Todas as bandas que você já conhece e sabe que não atura, é só apagar clicando no X vermelho que está do lado de cada uma. Depois disso é só abrir o player e tocar a rádio especial criada só com suas próximas bandas favoritas! No começo, devo admitir, essa lista é bem pouco confiável, mas com o tempo, conforme você vai ouvindo mais música e o sistema vai conseguindo "adivinhar" melhor as suas preferências, funciona que é um doce.

:: Essa eu pago pra ouvir!

Você não precisa desembolsar um único centavo para ter todas essas barbadas que eu acabei de enumerar. Porém, sempre há uns agradinhos a mais pra quem resolve agradar o bolso dos responsáveis pelo site. Pra começar você ganha duas rádios especiais. As rádios que você à disposição são ótimas para conhecer música nova, mas realmente não prestam quando você quer ouvir aquelas clássicas confirmadas que o seu ouvido já está acostumado. Com a conta paga, você vai ter acesso à uma rádio personalizada só com os artistas que você ouve, além da "Loved Tracks Radio", que é uma rádio que só toca as músicas que você marcou previamente usando um botão do player. Ou seja, você vai ouvir só aquilo que gosta mesmo. Fora isso ainda tem mais uns quitutes, como prioridades no acesso ao servidor e coisas assim.

Mas o que eu realmente queria era o editor de Chart Image. Chart Images são essas imagens iguais àquela que está ali na minha coluna lateral (não tinha reparado ainda?) e que servem pra você colocar no blog, no site ou na assinatura de fórum e mostrar pra todo mundo em quais arquivos você anda dando play. Essa que eu tenho é uma das gratuitas que o site oferece. Com o Chart Image Editor eu poderia criar uma do jeito que eu quisesse, mudando tamanho, cores, figuras (já pensou fazer uma do Mario?) e o escambau. É bobagem, eu sei, mas eu me ligo nessas coisas.


:: Need For a Fix

Quando eu estiver te dando pouca atenção no MSN ou demorar pra atender o telefone, não estranhe. Lembre-se que eu provavelmente estou arrumando a tag de uma música antes que ela seja publicada. É claro que eu não preciso (ninguém precisa) ficar assim tão neurótico, já que o negócio funciona bastante bem mesmo que suas mp3 estejam uma baderna. Mas eu sou eu, né? Não posso fazer nada. Agora deixa eu ir, porque tá tocando uma música que é ao vivo mas que não termina com "(ao vivo)". Preciso arrumar. Preciso. Preciso... *olhos de obssessão*

quarta-feira, dezembro 14

Shadow of The Colossus

Videogame é videogame, arte é arte, sempre foi assim. Pelo menos até Shadow of The Colossus ter sido lançado para PlayStation 2.


:: Complexo em toda sua simplicidade

É impressionante como um jogo tão simples pode ser tão complexo, lindo e marcante. Um jogo convencional dá a impressão de ter sido criado a partir de uma boa idéia que, para ser mais viável comercialmente, acaba sendo inundada por detalhes, tramas paralelas, histórias que se cruzam, reviravoltas e tudo mais. Aparentemente, tudo que puder complicar será bem vindo. Shadow of The Colossus é tão simples que a impressão que se tem é que o diretor Fumito Ueda teve a idéia sozinho, num quarto escuro, antes de dormir e pensou: "Essa idéia é boa demais para ser mexida. Vai ser exatamente assim como eu pensei, sem nenhuma complicação, nenhum detalhe, nada. Está perfeito." E estava mesmo.


:: História simples, experiência emocionante

A história começa com um herói sem nome, batizado apenas como "Wanderer" (andarilho), chegando em seu cavalo a uma linda e enorme terra desconhecida. Ele carrega em seu colo o corpo inerte e desacordado de uma menina de longos cabelos negros, a quem o garoto pretende devolver a vida. Ao atravessar uma belíssima e enorme ponte (um dos momentos mais graficamente impressionantes da minha história com os videogames), os três chegam a um templo, onde acontece um pequeno diálogo com uma voz retumbante que parece vir de dentro do próprio templo.

Aliás, é importante ressaltar que esse é um dos jogos mais simplistas desde a era do Atari. Todo o diálogo que acontece não é nem uma palavra além do estritamente necessário, e mesmo assim tudo é dito num tom poético e as falas do "deus" do templo são em linguagem antiga, bíblica, medieval. Sei lá. É lindo.

Nesse diálogo o garoto explica que a menina em questão (que também não recebe um nome) morreu de forma injusta, e que ele fará tudo o que for possível para restaurar a vida dela, pois acredita que a "voz do templo" tenha esse poder. A voz responde que isso pode ser possível, porém, há "um preço a se pagar" e "uma tarefa a se cumprir". A tarefa em questão é acordar e derrotar todos os dezesseis Colossi, criaturas magnifícas, tanto em tamanho quanto em complexidade e beleza. Assim, o jogo tem início.


:: A grama do vizinho nem sempre é a mais verde

A partir daí o mundo é seu. Você vai ficar boquiaberto com o mundo ao seu redor e com todos os seus detalhes, acidentes geográficos, colinas e despenhadeiros. Com cada árvore, com cada penhasco ou cachoeira. Tudo é deslumbrante. Tudo é impressionante. Não há inimigos menores para derrotar. Tudo que existe é você, seu fiel cavalo Agro e o mundo. Uma ou outra eventual águia ou um pequeno lagarto correndo por entre as pedras podem ser vistos, às vezes. Uma incrível sensação de liberdade toma conta do jogador, como se aquele mundo realmente existisse, como se a televisão fosse uma janela com vista para um ambiente fantástico, e real. Você poderia querer ficar dias apreciando a paisagem, e isso seria possível, mas você se lembra que tem um gigante a enfrentar.


:: À sombra do colosso

A luz do sol refletida pela espada sempre mostra a direção em que o próximo alvo se encontra. Indo nessa direção e desviando de quaisquer irregularidades do terreno, fatalmente se encontrá o colosso a ser derrubado. E o primeiro deles já chega para impressionar. Grande, lento e, de certa forma, vivo. A impressão que se tem ao chegar perto de um dos dezesseis grandes inimigos do jogo é exatamente essa: de que aquilo não é um modelo 3D animado e programado com códigos de computador que lhe conferem uma semi-inteligência artificial. A impressão que se tem é de que se está frente a frente com uma criatura viva, pulsante, que estava ali, à toa, sem fazer mal a ninguém, mas que por um motivo deve ser morta. Dá pena, gente. Muitas vezes dá pena. Eu, particularmente, nunca vi personagens com olhos tão sutilmente expressivos. Eles não têm sobrancelhas, tampouco pálpebras ou qualquer outra coisa ao redor dor olhos que pudesse lhes conferir emoções e expressões faciais. Mas mesmo assim é impossível não perceber algum tipo de sentimento naquele olhar. Seja de compaixão, de dúvida, de simples agressividade, mas todos eles têm sentimentos e, se você também os tiver, vai percebê-los.

A batalha consiste em achar o ponto vital da criatura, achar um meio de escalar até lá, se segurar firme enquanto o inimigo tenta com todas as forças lhe jogar longe e, por fim, cravar a espada sagrada nesse ponto (às vezes são mais de um no mesmo Colosso). Fazendo isso repetidas vezes o inimigo cairá no chão, sem vida. Seu espírito sairá do corpo do gigante, tomando conta então do corpo do herói, que aparece logo depois acordando no templo inicial (onde está a garota no altar), onde vai receber instruções, muitas vezes pouco reveladoras, para a luta contra o próximo Colosso.

Mas, verdade seja dita, às vezes nem dá vontade de lutar. Dá vontade de ficar correndo ao redor do colosso, observando seus movimentos, suas atitudes, suas expressões. Dá vontade de fazer com que ele tente te atacar, só pra ver o show de poeira, terra e pedras que voam do chão para todos os lados, a partir do ponto onde ele acertou. Dá vontade de subir nele só para ficar ouvindo as empolgantes músicas orquestradas que se alternam em cada uma das situações. Enfim, dá vontade de fazer o jogo durar para sempre.


:: Sinta

Faltam palavras para descrever esse jogo, e todas as que eu escrevi aqui estão desordenadas, pois é muito difícil analisar algo que deve ser sentido, e não entendido. É simplesmente a experiência mais gratificante que alguém pode ter segurando um controle de PS2. E, já que é impossível fugir do trocadilho, é um game colossal.

* * *

Mais Imagens:
(Clique para ampliar)














Ah, antes que eu me esqueça: todas as imagens desse post são realmente do jogo rodando, não de algum video, sequência em CG ou nada parecido. É tudo real.

sábado, dezembro 10

Duas Vezes Eu

Eu não sei como é pra você que está lendo isso ou para sua namorada ou seu namorado. Nem sei como é para a minha própria namorada, embora eu espere que seja do mesmo modo. Mas pra mim, a melhor coisa de namorar alguém é ter sempre a certeza de ser o dobro do que você é. De ser você mesmo, só que duas vezes.

Não sei se fui claro. Deixa eu dar um exemplo: você está solteiro e, por algum motivo, precisa ir a um leilão de caridade no outro lado da cidade, num dia de chuva. E, como se isso não bastasse, dando carona para 3 velhinhas que o que têm de surdas têm de tagarelas. (Não que isso tenha acontecido comigo, só pra constar.) Chato, não? E como. Agora imagine a mesma cena, porém dessa vez você tem namorada(o). Vê como tudo muda? Shazam! Num passe de mágica, uma situação chatíssima e que você faria de tudo pra não ter que passar, torna-se um perfeitamente tolerável "quase-passeio". Dependendo do seu humor no dia, até divertido. O que antes seriam intermináveis horas de tédio, se tornaram momentos mágicos que serão pra sempre lembrados em rodinhas de amigos. "E aquela vez que a gente teve que levar três velhinhas surdas num leilão de caridade lá na Cochinchila?! Lembra? Nossa, nunca dei tanta risada!" E tudo porque você tinha alguém para compartilhar o momento.

Em resumo, é isso que eu quis dizer. Quando se ama alguém e se tem certeza que essa pessoa te ama de volta, não existe mais nada chato no mundo. Chato é brigar, chato é pisar na bola e magoar quem a gente gosta. Chato é esquecer uma data importante. Mas levar três velhinhas surdas num leilão de caridade no fim do mundo, ah, isso não.

sexta-feira, dezembro 9

A Maravilhosa Arte de Ser Incapaz

Antes de tudo, uma pergunta pessoal: você acredita que há alguma coisa - qualquer coisa - que não se possa descobrir fazendo buscas na internet? Exceto, claro, segredos de estado e coisas assim, eu particularmente acho que qualquer coisa, qualquer curiosidade que um ser humano normal possa vir a ter, pode e será solucionada atráves de palavrinhas mágicas como "Google", "Yahoo!", "Altavista" ou "Orkut".

E é esse o motivo básico de eu ter ficado tão chateado com a humanidade quando me deparei, há alguns minutos atrás, com uma uma página de uma espécie de site chamado "Ask Yahoo". Sério mesmo, fiquei chateado. Tão chateado quanto eu ficaria se, depois de uma tarde inteira repetindo "Um... Dois... Três..." pra uma criança de seis anos, eu dissesse "Agora tenta!" e ela dissesse "Um... Dois... Quarenta e sete!".

O site é da mesma estirpe (gostou, Thiago? Heheh!) de um que eu já tinha ouvido falar, o Google Answers. Esses sites consistem basicamente de um mesmo serviço cretino, usado por pessoas que necessariamente são tão ou mais cretinas que eles. E que têm grana, porque, ao que eu saiba, esses serviços são pagos. "Mas que serviço seria esse?", você astutamente me pergunta. É simples: você deixa uma pergunta lá, uma equipe de pessoas absolutamente comuns (com a diferença que eles foram espertos e se cadastraram como "respondedores") lê e um deles se prontifica a procurar a resposta pra você. Contanto, é claro, que você se prontifique a pagar X doletas pela resposta. O valor de X varia de pergunta pra pergunta, de acordo com o trampo que o cara acha que vai ter pra descobrir a resposta pra você, que é preguiçoso demais pra procurar sozinho. Uma vez que ele tenha descoberto a resposta, ele te dá um toque, você vai lá e paga o sujeito e ele então posta a resposta no site. Não tenho certeza se todos funcionam do mesmo jeito, mas qualquer variação que possa existir entre um e outro não vai tornar a coisa menos cretina.

Até aí a coisa não seria tão ruim, é verdade. Mas a verdade é, baseado na (única) resposta que eu li nesse site eu concluo que todas começam com algo do tipo "de acordo com as páginas que eu pesquisei no Google, na Wikipedia e no site de busca da faculdade do Alaska, sua resposta é..."

PÔ! O próprio cara podia ter ido pesquisar, né?! Quase todo mundo que conhece um mínimo de internet conhece a Wikipédia e 114,2% das pessoas do mundo já ouviram falar do Google! Se o fulano que perguntou "Por que as pessoas sentem calafrios quando estão gripadas?" tivesse gasto uns 20 minutos de sua vidinha procurando essa informação nos sites acima citados ele teria a resposta em muito menos tempo! E, como um maravilhoso bônus, não teria gasto um mísero cent!

iPod uma coisa dessas?

quinta-feira, dezembro 1

Tributo

Obrigado, Offspring.
Obrigado, Millencolin.
Obrigado, Less Than Jake.
Obrigado, Green Day.
Obrigado, Foo Fighters.
Obrigado, Los Hermanos.
Obrigado, Pato Fu.
Obrigado, CPM22.
Obrigado, Dashboard Confessional.
Obrigado, Get Up Kids.
Obrigado, Pennywise.
Obrigado, Ash.
Obrigado, Tequila Baby.
Obrigado, Violins.
Obrigado, No Use For A Name.
Obrigado, Jimmy Eat World.
Obrigado, Snow Patrol.
Obrigado, Ozma.
Obrigado, Rentals.
Obrigado, AM Radio.
Obrigado, Cake.
Obrigado, System of a Down.
Obrigado, The Pettit Project.
Obrigado, Travis.
Obrigado, Hauri.
Obrigado, Bad Religion.
Obrigado, Coldplay.
Obrigado, Something Corporate.
Obrigado, SR-71.
Obrigado, The Wannadies.
Obrigado, Franz Ferdinand.
Obrigado, Smash Mouth.
Obrigado, Charlotte Hatherley.
Obrigado, Fresno.
Obrigado, Jet.
Obrigado, Gram.
Obrigado, Rádio de Outono.
Obrigado, OK Go.
Obrigado, Social Distortion.
Obrigado, Ramones.
Obrigado, Phantom Planet.
Obrigado, Os Nerds.
Obrigado, New Found Glory.
Obrigado, Teenage Fanclub.
Obrigado, Tenacious D.
Obrigado, Graforréia Xilarmônica.
Obrigado, R.E.M.
Obrigado, Silverchair.
Obrigado, Blur.
Obrigado, Lagwagon.
Obrigado, Video Hits.
Obrigado, Me First And The Gimme Gimmes.
Obrigado, Nerf Herder.
Obrigado, Guns 'n' Roses.
Obrigado, Beatles.
Obrigado, Black Sabbath.
Obrigado, Stereobox.
Obrigado, Kaiser Chiefs.
Obrigado, Draminis.
Obrigado, The Polyphonic Spree.
Obrigado, Drugster.
Obrigado, Ben Kweller.
Obrigado, Pancho's Lament.
Obrigado, Smashing Pumpkins.
Obrigado, Rivets.
Obrigado, The Exies.
Obrigado, Fistt.
Obrigado, KiLLi.
Obrigado, Raul Seixas.
Obrigado, The Raveonettes.
Obrigado, Matchbox Twenty.
Obrigado, Reel Big Fish.
Obrigado, The Ataris.
Obrigado, MacCacos.
Obrigado, Volver.
Obrigado, Paul McCartney.
Obrigado, Barenaked Ladies.
Obrigado, Superchunk.
Obrigado, Rufio.
Obrigado, Redd Kross.
Obrigado, Red Hot Chili Peppers.
Obrigado, Muse.
Obrigado, Bidê ou Balde.
Obrigado, Mighty Mighty Bosstones.
Obrigado, Radiohead.
Obrigado, Junior Senior.
Obrigado, The Remembrandts.
Obrigado, Penélope.
Obrigado, Dead Fish.
Obrigado, The Vandals.
Obrigado, Jesus And Mary Chain.
Obrigado, Alanis Morissette.
Obrigado, Leela.
Obrigado, Wallflowers.
Obrigado, Gorillaz.
Obrigado, Irmãos Rocha!.
Obrigado, Pavement.
Obrigado, Beach Boys.
Obrigado, Superdrag.
Obrigado, New Order.
Obrigado, Charlie Brown Jr.
Obrigado, Superphones.
Obrigado, Sum 41.
Obrigado, The Cure.
Obrigado, Pearl Jam.
Obrigado, Queens of Stone Age.
Obrigado, The Libertines.
Obrigado, Sugarcult.
Obrigado, Simple Plan.
Obrigado, Dance of Days.
Obrigado, U2
Obrigado, NOFX.
Obrigado, Drosóphila.
Obrigado, No Doubt.
Obrigado, Super Furry Animals.
Obrigado, Marilyn Manson.
Obrigado, Switchfoot.
Obrigado, The Ronnettes.
Obrigado, Placebo.
Obrigado, The Rasmus.
Obrigado, Blink 182.
Obrigado, Björk.
Obrigado, The Corrs.
Obrigado, Rancid.
Obrigado, Elvis Costello.
Obrigado a todas as centenas de bandas que eu esqueci de mencionar.
E obrigado, acima de tudo, Wonkavision e Weezer.

Obrigado por, de uma maneira ou de outra, eu gostando ou não, terem feito com que, hoje, eu seja o que eu sou.